Oferta de gás no Brasil: proposta de Paulo Roberto Gomes Fernandes reúne líderes do setor para discutir alternativas estruturantes

Sérgio Gusmão
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Proposta de Paulo Roberto Gomes Fernandes reúne lideranças para estruturar novas alternativas à oferta de gás no Brasil.

A discussão sobre a oferta de gás no Brasil continua sendo um tema estratégico para a segurança energética nacional, especialmente diante das limitações estruturais, da queda progressiva das reservas bolivianas e dos desafios logísticos associados ao gás de Vaca Muerta. Nesse contexto, o engenheiro Paulo Roberto Gomes Fernandes, presidente da Liderroll, destacou a importância de um diálogo multissetorial para acelerar soluções viáveis e economicamente sustentáveis.

Embora o debate original tenha ocorrido anos atrás, seu conteúdo técnico permanece atual e relevante. A conjuntura energética segue apresentando os mesmos pontos de pressão, reforçando a pertinência das análises realizadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e por especialistas do setor.

Proposta técnica de Paulo Roberto Gomes Fernandes envolve reunião estratégica entre lideranças nacionais

O uso potencial do gás argentino de Vaca Muerta trouxe à tona a necessidade de uma nova infraestrutura de transporte. A construção de um gasoduto de mais de mil quilômetros, ligando a região produtora ao Brasil, exige grande coordenação institucional. Nesse cenário, Paulo Roberto Gomes Fernandes propôs uma reunião de alto nível entre executivos da TAG, NTS, Transpetro, Pan American Energy, TBG, ANP, EPE e BNDES, além de representantes da indústria como Karine Fragoso, da Firjan.

A motivação da proposta estava ligada à possibilidade de adoção de gasodutos aparentes, alternativa já empregada internacionalmente e defendida pelo engenheiro como forma de reduzir custos de implantação, potencialmente até um terço do valor tradicional, e ampliar a segurança operacional.

Vantagens do gasoduto aparente e defesa técnica de Paulo Roberto Gomes Fernandes

Ao longo das discussões, Paulo Roberto Gomes Fernandes reforçou a importância de métodos construtivos modernos, capazes de reduzir custos, viabilizar prazos e elevar padrões de segurança. Ele argumentou que a tubulação enterrada está mais exposta à umidade do solo, potenciais químicos, gradientes elétricos e outros fatores que aceleram processos de degradação.

Os roletes e suportes desenvolvidos pela Liderroll, segundo explicou, oferecem maior vida útil à tubulação, eliminam atritos estruturais e favorecem a integridade mecânica do sistema. Para ele, a modernização do método construtivo é parte essencial de qualquer avanço na oferta de gás no Brasil.

Em debate nacional sobre oferta de gás, Paulo Roberto Gomes Fernandes articula soluções estratégicas com líderes do setor.
Em debate nacional sobre oferta de gás, Paulo Roberto Gomes Fernandes articula soluções estratégicas com líderes do setor.

Malha dutoviária atual e desafios de integração

Os dados apresentados na época pela EPE continuam relevantes. O Brasil possui uma malha total de dutos estimada em 45 mil km, mas apenas 9,5 mil km dedicados ao transporte de gás natural, número modesto quando comparado a países menores, como a Argentina, que possui mais de 16 mil km.

Enquanto isso, os dutos de distribuição, cerca de 35,5 mil km, reforçam a dependência de uma cadeia de suprimento que ainda carece de integração e expansão. Esse cenário alimenta a urgência de soluções estruturantes, sobretudo para regiões com maior vulnerabilidade energética.

Caminhos alternativos estudados pela EPE

O transporte do gás de Vaca Muerta para o Brasil exige estudos multidisciplinares, e diferentes rotas foram analisadas pela EPE:

  • Trajeto até Uruguaiana, com conexão à malha existente no Rio Grande do Sul.
  • Alternativa estendida por Paraguai e Paraná.
  • Possibilidade de integração via Bolívia, compensando a redução das reservas bolivianas.

Essas soluções apresentam variações de custo e impacto regulatório, mas todas reforçam a necessidade de coordenação entre países e organismos financeiros.

Em suas declarações, Paulo Roberto Gomes Fernandes destacou que um empreendimento dessa escala exige a participação conjunta de empresas, governos e instituições financeiras. Para ele, o setor energético brasileiro só avança com decisões debatidas em alto nível, nos moldes de fóruns internacionais de majors do petróleo.

Sua quinta citação neste artigo reforça justamente essa visão estratégica: Paulo Roberto Gomes Fernandes afirmou que um encontro dessa natureza ajudaria a romper a estagnação econômica e criar bases concretas para ampliar a oferta de gás no Brasil, promovendo desenvolvimento industrial e estabilidade para os consumidores.

Autor: Sérgio Gusmão

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