Seguindo tendência nacional de crescimento, portos paranaenses vão além e registram aumento expressivo de cabotagem; entenda
Depois de um 2022 atípico, em que a cabotagem teve uma queda de quase 2% no volume transportado, em 2023 o modal voltou a crescer e registrou crescimento de 1,6%, segundo dados anuais divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), no último mês de fevereiro. Apesar da ligeira redução em 2022, os números da agência demonstram que a cabotagem segue crescendo no Brasil, a uma taxa anual de 6% nos últimos cinco anos. Mesmo durante a pandemia da Covid-19, o modal teve forte crescimento de 14,2%, puxado, sobretudo, pelo aumento da produção de petróleo no Brasil naquele período.
Menos “famosa”, mas muito importante
A cabotagem é a navegação entre portos do mesmo país, sendo uma alternativa ao transporte rodoviário, por exemplo. O termo deriva-se do sobrenome de Sebastião Caboto, um navegador veneziano do século 16, que explorou o Rio Prata em busca da Mística Serra da Prata. Com dimensões continentais, o Brasil tem cerca de 8 mil km de costa e tem começado a explorar melhor esse potencial para o transporte interno de cargas, com a cabotagem.
De acordo com a ABAC – Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem, foram adquiridas, na última década, cerca de 20 embarcações que estão registradas na bandeira brasileira, com um investimento da ordem de R$ 3,5 bilhões. São navios de última geração, que vieram para compor uma frota de mais de 70 navios de bandeira nacional.
Crescimento nos portos paranaenses, com incentivos
Na última quinta-feira (28), a Portos do Paraná divulgou os dados relativos à movimentação por cabotagem no primeiro bimestre deste ano. Segundo a empresa pública, nos meses de janeiro e fevereiro de 2024, os portos de Antonina e Paranaguá movimentaram 730.136 toneladas de cargas de cabotagem. O número é 51,11% maior que o mesmo período de 2023, em que foram movimentadas 483.173 toneladas.
“A cabotagem é a alternativa logística para a redução dos custos de transporte e para desafogar o modal rodoviário. Por isso nós buscamos incentivar a cabotagem nos portos de Paranaguá e Antonina, aplicando taxas com até 50% de desconto em relação a outras tabelas”, destacou o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Os descontos citados pelo diretor-presidente são nas tarifas de Infraestrutura de Acesso Aquaviário; Infraestrutura de Acostagem e; Infraestrutura Terrestre, dependendo da mercadoria transportada e do tipo de embarcação, entre outras variáveis.
Cabotagem em 2023
No ano passado (2023), 13 agências marítimas utilizaram a cabotagem para transporte de cargas nos portos paranaenses. Foram movimentadas 2,9 milhões de toneladas de cargas, sendo as três commodities mais movimentadas: óleo combustível com 995 mil toneladas (33%), gasolinas com 822 mil toneladas (27%) e óleo diesel com 737 mil toneladas (25%).
Todo tipo de carga
Ainda segundo a ABAC, outra vantagem da cabotagem é que qualquer produto pode ser transportado neste processo. Desde helicópteros a televisão, de pás eólicas a biocombustíveis, de minério e grãos a vestuário, com previsibilidade na entrega. Possui menor risco de avarias e roubos, com potencial de redução de 10 mil acidentes/ano, e consequente redução de custos com seguros. A pontualidade na entrega foi de mais de 90% nos últimos 3 anos.