Braskem Recebe Autorização da ANTAQ para Operar como Empresa Brasileira de Navegação
A Braskem, maior fabricante de resinas termoplásticas das Américas, obteve autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) para operar como Empresa Brasileira de Navegação (EBN). A empresa planeja iniciar suas operações de cabotagem nos próximos meses, transportando propeno entre suas unidades na Bahia e no Rio de Janeiro.
A autorização permitirá à Braskem reduzir custos de frete, aumentar a disponibilidade de embarcações modernas na cabotagem brasileira e melhorar a segurança nas operações marítimas. A empresa estima uma economia anual de pelo menos R$ 10 milhões com a nova logística, além de maior agilidade e controle nas operações.
Inicialmente, a Braskem transportará produtos líquidos e gases produzidos em suas centrais petroquímicas no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de resinas PVC e soda cáustica da fábrica de Alagoas. A empresa também planeja, no futuro, oferecer serviços de transporte para produtos de terceiros, principalmente para seus clientes.
Atualmente, a Braskem gasta entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões anualmente com cabotagem de produtos líquidos e gases. A empresa opera com oito embarcações, incluindo três barcaças na Lagoa dos Patos, no Sul do Brasil, em contratos de prestação dedicada de serviços.
Com a nova licença, a Braskem poderá alugar ou ter navios com tripulação contratada para realizar o transporte marítimo. As operações começarão com o transporte de propeno da central de Camaçari para a unidade do Rio de Janeiro, com previsão de três cargas por mês.
Até agora, a Braskem utilizava navios com tripulação estrangeira, o que aumentava os custos devido à necessidade de renovação de vistos a cada três meses. A criação da EBN facilitará a programação e reduzirá esses custos.
A operação marítima da Braskem é coordenada pela Braskem Trading & Shipping (BTS), sediada na Holanda, que avaliará a estratégia de movimentação de produtos e matérias-primas por cabotagem. No México, a Braskem Idesa está construindo um terminal para receber etano dos EUA, com investimento de US$ 500 milhões, previsto para ser concluído até fevereiro de 2025.
A Braskem planeja, no futuro, ter sua própria frota de navios no Brasil, mas isso será feito de forma gradual e dependerá da avaliação da BTS. A empresa tem contratos com operadores de cabotagem até 2032, e a construção de novos navios pode levar de cinco a dez anos.
O objetivo da Braskem é operar com embarcações modernas, mais eficientes e movidas por combustíveis limpos. A empresa, controlada pela Novonor (ex-Odebrecht), está entre as três maiores do país em movimentação de carga geral na cabotagem, com quase 8 milhões de toneladas de resinas movimentadas anualmente.