O mês de julho de 2025 marcou um período de conquistas significativas para o setor portuário brasileiro, com destaque para o Porto de Ubu, localizado no município de Anchieta, no Espírito Santo. Este terminal marítimo, administrado pela Samarco Mineração, registrou um crescimento impressionante de 61,68% na movimentação de cargas, alcançando 1,2 milhão de toneladas. Esse desempenho não apenas consolidou a posição do Porto de Ubu como um dos principais terminais privados do país, mas também evidenciou a eficiência e a capacidade de expansão da infraestrutura portuária brasileira.
A cabotagem, modalidade de transporte marítimo entre portos nacionais, desempenhou papel crucial nesse cenário. Em julho de 2025, o Brasil alcançou a maior movimentação mensal da série histórica para o mês de julho, com 26 milhões de toneladas transportadas, representando um crescimento de 2,09% em relação ao ano anterior. Esse recorde reflete o fortalecimento da cabotagem como alternativa logística estratégica, alinhada às necessidades de um país com dimensões continentais e desafios logísticos significativos.
O crescimento da cabotagem está diretamente relacionado a investimentos em infraestrutura e à modernização dos terminais portuários. O Porto de Ubu exemplifica essa tendência, com a implementação de tecnologias avançadas e melhorias operacionais que aumentaram sua capacidade de carga e eficiência operacional. Esses avanços não apenas beneficiam a Samarco Mineração, mas também contribuem para o desenvolvimento econômico da região e para a competitividade do Brasil no comércio internacional.
Além do Porto de Ubu, outros terminais privados também apresentaram desempenhos notáveis. Entre os 20 Terminais de Uso Privado (TUPs) que mais movimentaram cargas no período, o Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, destacou-se com um crescimento de 51,04%, movimentando 1,7 milhão de toneladas. Esses resultados evidenciam a importância dos terminais privados na dinâmica portuária nacional e sua contribuição para o aumento da eficiência logística no país.
A diversificação das cargas transportadas por cabotagem também merece atenção. Em julho de 2025, os granéis sólidos representaram 61,4% do total movimentado, com 76,6 milhões de toneladas, seguido pelas cargas conteinerizadas, com 13,9 milhões de toneladas, e os granéis líquidos, com 28,8 milhões de toneladas. Essa diversidade de cargas demonstra a versatilidade da cabotagem e sua capacidade de atender a diferentes segmentos da economia brasileira.
O crescimento da cabotagem e o desempenho do Porto de Ubu refletem os efeitos positivos de políticas públicas voltadas para o setor. O Programa BR do Mar, por exemplo, tem incentivado a expansão da frota nacional e a redução de custos operacionais, promovendo a competitividade da cabotagem em relação a outros modos de transporte. Essas iniciativas são fundamentais para o fortalecimento da cabotagem como pilar da logística nacional.
O impacto econômico desse crescimento é significativo. A movimentação recorde de cargas por cabotagem contribui para a geração de empregos diretos e indiretos, o aumento da arrecadação tributária e o fortalecimento da indústria nacional. Além disso, a cabotagem é reconhecida por sua sustentabilidade, apresentando menores emissões de carbono em comparação com o transporte rodoviário, alinhando-se às tendências globais de responsabilidade ambiental.
Em conclusão, o Porto de Ubu e o setor de cabotagem brasileiro demonstraram, em julho de 2025, sua capacidade de adaptação, inovação e crescimento. O recorde histórico na movimentação de cargas é um reflexo do comprometimento com a excelência operacional e do alinhamento estratégico com as necessidades logísticas do país. O fortalecimento da cabotagem e a modernização dos portos privados são passos essenciais para consolidar o Brasil como um hub logístico competitivo no cenário internacional.
Autor: Sérgio Gusmão