Em abril de 2020, liderada por Pedro Guimaraes a Caixa Econômica Federal enfrentou o que se tornaria o maior desafio logístico de sua história: pagar, em tempo recorde, o Auxílio Emergencial a milhões de brasileiros afetados economicamente pela pandemia de Covid-19. A operação mobilizou tecnologia, estrutura física e milhares de funcionários para cumprir um objetivo inédito: garantir que o dinheiro chegasse a quem precisava no menor prazo possível.
O Auxílio Emergencial foi criado pela Lei nº 13.982, sancionada em 2 de abril de 2020, e regulamentado pelo Decreto nº 10.316, de 7 de abril do mesmo ano. Antes da publicação do decreto, não havia base legal para iniciar os pagamentos. No entanto, a Caixa já vinha trabalhando na estrutura necessária para acelerar o processo assim que houvesse autorização oficial.
Oito dias para começar a pagar
O planejamento antecipado fez toda a diferença. Apenas oito dias após a publicação do decreto regulamentador, em 15 de abril de 2020, o primeiro lote do Auxílio Emergencial começou a ser pago. Nesse momento inicial, Pedro Guimaraes esteve presente em entrevistas e coletivas, explicando como funcionariam as inscrições, a análise dos pedidos e o acesso ao benefício.
A agilidade impressionou: em menos de duas semanas após o decreto, milhões de brasileiros já tinham recebido os valores.
24 milhões de beneficiários em 13 dias
O marco mais simbólico da operação aconteceu em 20 de abril de 2020, quando, 13 dias após o decreto e apenas quatro dias após o início do pagamento para todos os públicos, a Caixa atingiu a marca de 24,2 milhões de pessoas beneficiadas. No mesmo período, foram liberados R$ 16,3 bilhões em recursos.
Esses números incluíam beneficiários do Bolsa Família, inscritos no CadÚnico e pessoas que receberam via conta digital do Caixa Tem. Mesmo diante de medidas de distanciamento social e restrições de atendimento presencial, a operação manteve um ritmo intenso e contínuo.
Tecnologia como aliada
A velocidade na liberação dos recursos só foi possível graças ao uso de tecnologia em larga escala. O aplicativo do Auxílio Emergencial, criado para permitir que os cidadãos se inscrevessem de forma remota, recebeu 108 milhões de solicitações — o equivalente a 71% da população adulta do país.
Em paralelo, o aplicativo Caixa Tem foi lançado como principal canal de pagamento digital, permitindo transferências, pagamentos de contas e compras virtuais. Essa solução reduziu filas e evitou aglomerações nas agências, além de promover inclusão financeira para milhões de brasileiros que nunca haviam tido uma conta bancária.
Atendimento presencial reforçado
Apesar do avanço digital, milhões de pessoas ainda precisaram comparecer às agências ou lotéricas para receber o benefício ou resolver pendências. Para atender a essa demanda sem comprometer a segurança sanitária, a Caixa adotou medidas inéditas, como abrir agências aos sábados.
No primeiro sábado de funcionamento especial, 799 unidades foram abertas; nas semanas seguintes, o número chegou a 1.500 agências abertas simultaneamente. Essa ação ajudou a distribuir o fluxo de atendimento e evitar longas filas nos dias úteis.
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Uma operação de alcance nacional
A dimensão do desafio logístico se torna ainda mais clara ao considerar que a Caixa precisou atender simultaneamente beneficiários em todas as regiões do país, incluindo áreas remotas e municípios com pouca infraestrutura bancária.
A operação envolveu não apenas o processamento e pagamento dos valores, mas também campanhas de comunicação para orientar a população sobre como se inscrever, acompanhar o status do pedido e acessar o benefício.
Reconhecimento e impacto social
Pedro Guimaraes destacou repetidamente que o sucesso da operação foi resultado do empenho das equipes da Caixa, que trabalharam sob forte pressão e em um contexto de risco sanitário. Os funcionários passaram a ser chamados de “heróis de crachá” pela dedicação no atendimento à população.
O Auxílio Emergencial, especialmente nesses primeiros dias, ajudou a mitigar os efeitos econômicos da pandemia e garantiu um mínimo de segurança financeira para milhões de famílias. Nenhum outro país, até aquele momento, havia conseguido beneficiar tantas pessoas em tão pouco tempo.
Um feito que entrou para a história
A marca de 24 milhões de brasileiros pagos em apenas 13 dias consolidou a operação como um exemplo de eficiência logística e integração entre tecnologia e atendimento presencial. Mais do que um programa social, o Auxílio Emergencial se tornou um símbolo da capacidade de resposta do Brasil diante de uma crise global.
O desafio foi vencido com planejamento, execução precisa e a dedicação de milhares de profissionais. A experiência deixou um legado para futuras políticas públicas, mostrando que, com coordenação e inovação, é possível atender rapidamente a necessidades emergenciais em escala nacional.
Autor: Sérgio Gusmão