Cabo Delgado: Governo quer melhorar comércio com cabotagem
“O interesse primário é aumentar a mobilidade do país, que é uma das cinco prioridades que nós temos. Moçambique tem uma vasta costa e essa vasta costa oferece oportunidades para mobilidade”, disse Mateus Magala, ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, em entrevista à agência de notícias Lusa, durante uma visita a Pemba.
O navio, a ser introduzido na primeira semana de abril, tem um calado de seis metros, 120 metros de comprimento, duas gruas e capacidade para transportar 6.500 toneladas de mercadoria, uma embarcação disponibilizada pelo setor privado, avançou Mateus Magala.
A embarcação de cabotagem poderá atracar em Pemba, cidade capital de Cabo Delgado, Afungi, Ilha do Ibo e Mocímboa da Praia, estas duas últimas regiões afetadas pelo conflito armado registado desde 2017 na província.
Garantias de segurança
O ministro dos Transportes avançou que foram feitas todas as avaliações de risco para garantir segurança na movimentação de mercadorias e pessoas face aos ataques armados, convidando o setor privado a fazer o estudo e a avaliação das necessidades do mercado.
“Nós, como Governo, estamos confiantes que na maior parte das situações temos o controlo, mas como a natureza do terrorismo não é uma guerra convencional, é aquilo que toda a gente sabe, então de certa maneira é imprevisível o que vai acontecer e aonde num país tão grande como este”, referiu o responsável.
O governante moçambicano anunciou também a introdução de uma embarcação para o transporte de passageiros, viaturas e carga para reduzir o tempo de viagem e garantir segurança na movimentação das pessoas.
“Vamos operar essas embarcações dentro do contexto em que nós tomamos medidas para que na eventualidade de ter de haver um distúrbio nós podermos rechaçar esse distúrbio”, frisou Mateus Magala.
Demandas da província
A embarcação, a movimentar-se entre as ilhas de Cabo Delgado, tem capacidade de transportar 80 passageiros, 70 toneladas de carga e quatro viaturas.
“O objetivo final é apetrechar Cabo Delgado com infraestrutura que é capaz de responder às demandas da província, do povo que está aqui, mas também das pessoas que vêm ou querem fazer negócio”, concluiu o ministro dos Transportes.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. Depois de uma ligeira acalmia em 2023, estes ataques multiplicaram-se nas últimas semanas, criando cerca de 100 mil deslocados só em fevereiro, além de um rasto de destruição, morte e famílias desencontradas.